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ARQUITETURA REGENERATIVA:

OS COMUNS E O BEM VIVER

Propõe-se pensar a relação da arquitetura com a regeneração: ambiental, social, cultural, política e econômica. Como, a partir da prática projetual e de um olhar para a origem e essência, se pode realizar processos de reconstituição do sistema de relações de um território específico? Em um sentido como uma forma de cura: iniciar um processo que busca recuperar a saúde dos elementos de um sistema, se libertar de hábitos viciados - e assim tratar a doença do mundo neo-liberal, desenvolvimentista, antropocêntrico que nos assola.

 

Como conscientizar os seres humanos da importância de proteger, preservar e, além disso, regenerar bens e recursos de todo o planeta (patrimônio imaterial e tangível não explorável, que deve ser de acesso a todos e cuidado por todos), fortalecendo espaços de (r)existência ao sistema neoliberal e defesa do direito à múltiplas formas de habitar e se relacionar com o território? Como valorizar a narrativa do bem viver, presente nas identidades e habitar dos povos tradicionais, na qual a prioridade não é aumentar produtividade e nível de vida - um desenvolvimento e exploração desenfreada, mas às custas do que? O bem viver não se mede a partir da quantidade do que se produz e se consome, mas sim através da suficiência intensiva: o que é uma vida suficientemente intensa, e portanto rica, e que nada tem que ver com acúmulo? Se estivermos abertos para um devir comum, talvez possamos aprender, e assim fortalecer uma mesma luta que é de muitos; uma utopia latino americana.

 

A oficina busca reiterar uma prática de pesquisa e investigação focada no processo, na etnografia como metodologia de aproximação de zonas autônomas temporárias e formas alternativas de se relacionar com o território, e na tecitura de afetos (eu-outro-comunidade). O pesquisador que não tem um distanciamento do objeto pesquisado, mas que disponibiliza seu corpo e subjetividade, se deixa afetar e produz afetos; e neste caminho, cria conhecimento e linguagem, manifesto que traduz prática em discurso, independente da plataforma ou mídia escolhida. Processo de investigação que vai para além dos muros da profissão ou da academia, mas que atua como criação, no fortalecimento de um processo regenerativo, produzindo desejos alternativos e imaginários possíveis de outras formas de existir no mundo.

III CICAU - Origen y Sustentabilidad

San Juan, Argentina

2018

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